PALAVRA DO PRESIDENTE
3 de dezembro de 2016
PALAVRA DO PRESIDENTE – DEZEMBRO/2016
20 de dezembro de 2016

“QUANDO A CRISE MELHORAR NOSSO SETOR SERÁ O PRIMEIRO A REAGIR POSITIVAMENTE”

O presidente do SIPCEP, Vilson Felipe Borgmann, encerra o ano com um balanço da conjuntura econômica que levou ao fechamento de padarias. Ele também avalia as perspectivas para 2017 e o profícuo ano no Sindicato, que continua com novos benefícios para o setor. Confira!

COMO O SENHOR AVALIA O ANO DE 2016 SOB O PONTO DE VISTA DA CONJUNTURA DO PAÍS?

VILSON FELIPE BORGMANN – Foi um ano que tivemos muita instabilidade política e isso refletiu na economia. Nós temos hoje duas crises que são inéditas no País: a crise econômica e a crise política que não está deixando a economia deslanchar. Ainda assim 2016 foi um ano bom, que deu para realizar algumas coisas, principalmente no primeiro semestre. No segundo semestre já ficou mais difícil, a economia começou a parar.  Acreditamos que vamos fechar o ano com sinal negativo na panificação no Paraná e no Brasil. Houve retração de emprego, houve retração de vendas no ticket médio das padarias e isso afetou diretamente o setor. Com isso a perspectiva é fecharmos o ano com números negativos, coisa que há muito tempo não acontecia.

QUAL O PERCENTUAL MÉDIO DE REDUÇÃO NO FATURAMENTO?

VILSON FELIPE BORGMANN – Hoje nós podemos falar em 20 por cento na queda de faturamento das padarias.

COMO ESTÁ SENDO O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR. ELE ESTÁ DEIXANDO DE COMPRAR PÃO?

VILSON FELIPE BORGMANN – Ele está deixando de comprar itens de confeitaria e os chamados periféricos, que são os frios, um pouco de salgado, mas os pães caíram pouco. O cliente também não deixou de entrar nas lojas. Ele só deixou de comprar muita coisa que comprava antes. Hoje só se compra o básico.

COMO O SENHOR ENXERGA O FUTURO EM MÉDIO PRAZO? ESSE CENÁRIO PODE MELHORAR?

VILSON FELIPE BORGMANN – Eu acho que o primeiro semestre ainda será bem difícil para a economia e para o nosso setor. No segundo semestre, se passar as propostas de ajuste fiscal que estão tramitando no Congresso e a parte política começar a se acalmar, acredito que possamos voltar a crescer e ter um quadro mais positivo no final do ano. 2018 ainda é uma incógnita porque vai depender do que o governo fizer em 2017. Como já disse a nossa crise é política, depende muito do governo. O comércio e a indústria estão produzindo, estão fazendo a sua parte. Mas enquanto o governo não se acertar não vai ligar os dois pontos.

O COMÉRCIO VEM SENDO BASTANTE AFETADO PELA CRISE COM FECHAMENTO DE MUITAS LOJAS NOS MAIS DIVERSOS SETORES. O SENHOR TEM CONHECIMENTO SE HOUVE FECHAMENTO DE EMPRESAS NA PANIFICAÇÃO?

VILSON FELIPE BORGMANN – Nós temos um número de sete por cento de padarias que fecharam no Estado do Paraná este ano. E esse percentual não leva em conta as empresas que não tem dinheiro para fazer o fechamento legal e simplesmente baixa as portas e deixa de funcionar.

NA CONTRAMÃO DA CRISE O SIPCEP TEVE UM ANO MUITO PRODUTIVO E COM MUITAS AÇÕES IMPORTANTES. COMO ISSO FOI POSSÍVEL?

VILSON FELIPE BORGMANN – O ano de 2016 no Sindicato foi planejado e focamos bem no que queríamos realizar. É aquela máxima: com pouco fazer muito. Direcionamos bem os valores que tínhamos disponível, fizemos boas parcerias e com isso, apesar de toda a crise, conseguimos realizar o que estava prometido e previsto para o ano.

O QUE O SENHOR DESTACARIA COMO A AÇÃO MAIS IMPORTANTE?

VILSON FELIPE BORGMANN – A Escola de Padaria, que entrou em operação com o bolo do aniversário de Curitiba, em março, produzido pela primeira no Sindicato. Depois de alguns testes e ajustes tivemos a presença do chef espanhol Javier Vara com um curso de alto nível e naquele momento confirmamos a Escola de padaria como uma excelente ferramenta de capacitação dentro do Sindicato.

O SENHOR ACHA QUE A ESCOLA DE PADARIA HOJE JÁ ESTÁ CONSOLIDADA COMO REFERÊNCIA PARA O SETOR EM CAPACITAÇÃO E APRENDIZADO?

VILSON FELIPE BORGMANN – Hoje está. Tanto que estamos mudando agora para uma sede maior e o principal motivo é a Escola de Padaria. Percebemos que ela cresceu tanto que precisa de um espaço mais adequado. No primeiro dia de 2017 estaremos já nesse novo endereço com mais espaço para a Escola e também para o Sindicato, que estará mais preparado para esta e outras atividades.

QUAIS AS METAS DO SINDICATO PARA 2017?

VILSON FELIPE BORGMANN – Acho que 2017 vai ser um ano de fixar raízes, consolidar os projetos que já foram lançados este ano. De novos projetos temos a proposta de criação de uma cooperativa ou uma Associação, com o objetivo de trazer um braço comercial com geração de recursos para o Sindicato e vantagens para os associados. A ideia é promover compras coletivas, com preços bem inferiores aos que são pagos de forma individual hoje e assim facilitar os negócios e aumentar a lucratividade. Além disso, essa iniciativa de uma associação ou cooperativa poderá também incrementar o volume de cursos a serem oferecidos.

EM 2017 O SIPCEP COMPLETA 75 ANOS. COMO SERÃO AS COMEMORAÇÕES?

VILSON FELIPE BORGMANN – Estamos concluindo ainda o planejamento mas já posso adiantar que teremos uma celebração especial no jantar do panificador para comemorar essa data e as vitórias que temos no Sindicato hoje.

QUE MENSAGEM O SENHOR DEIXA PARA O PANIFICADOR, ESPECIALMENTE AQUELE QUE ESTÁ ENFRENTANDO DIFICULDADES?

VILSON FELIPE BORGMANN – Resumo essa mensagem em uma palavra: Esperança. Nosso setor reage muito rápido à recuperação porque está dentro do setor de alimentação. O Brasil é um País maravilhoso, já passamos por várias crises, com supermercados abrindo aos domingos – o que afetou o faturamento das padarias violentamente – e nós conseguimos nos recuperar. O panificador deve estar de olhos bem abertos para as oportunidades que vão surgir em 2017 e procurar ver seu negócio com a razão e não com o coração. Talvez alguns cortes sejam necessários mas no final de 2017 vamos estar novamente em ascensão porque nunca ficamos dois anos seguidos estagnados. Quero também convidar a todos os empresários do setor que se aproximem do Sindicato, caso não seja associado ainda, que o faça. Temos uma mensalidade baixa e o custo benefício é enorme. Até por conta da crise, o fato de estarmos unidos em torno de um objetivo comum fará toda a diferença.

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