Uma cerimônia realizada na última sexta feira (18.09), no Campus da Indústria, em Curitiba, marcou a posse da nova diretoria da Fiep para o quadriênio 2015-2019. O presidente do SIPCEP, Vilson Felipe Borgmann, foi um dos empossados. Em missão empresarial à Alemanha, ele não compareceu, mas teve seu nome destacado em um telão que apresentou os novos diretores ao público presente.
As diretrizes dessa nova gestão serão validadas durante o mês de outubro, quando a Fiep promoverá uma série de encontros de planejamento estratégico. Nas reuniões, que serão realizadas em todas as regiões do Paraná, presidentes de sindicatos e lideranças industriais poderão indicar as ações prioritárias que devem ser adotadas pela entidade nos próximos anos.
Com presença de lideranças empresariais e políticos, a posse teve discursos inflamados, que criticaram as medidas econômicas do governo e o aumento de tributos. O líder da oposição, senador Alvaro Dias (PSDB/PR), disse que o Brasil vive um momento “inédito, histórico e crucial” para seu futuro. “A crise, que é do governo, é transferida para os homens que produzem e geram empregos neste país. Mas nesta hora de aflição e de angústia, devemos mirar justamente nos exemplos que oferecem os homens da indústria do Paraná e do país”, afirmou.
Já o presidente da seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), Juliano Breda, falou em nome do movimento “Menos tributos, mais respeito”, lançado na semana passada por entidades representativas do Estado. A iniciativa se coloca contrária a novos aumentos de impostos no Paraná e no Brasil. “No futuro, se não mudarmos esse cenário, partilharemos unicamente a miséria. Na noite de hoje, pedimos principalmente mais respeito à indústria do Paraná e do Brasil”, afirmou Breda.
Cobranças semelhantes foram feitas pelo presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Antonio Carlos da Silva, que na solenidade representou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. Ele destacou a tentativa do governo federal de tentar retirar recursos do Sistema S, proposta que será encaminhada ao Congresso Nacional. “A ideia de retirada de recursos do Sistema S é inaceitável e deve ser combatida com veemência. Tratam-se de recursos privados, pagos pelas empresas e utilizados em favor dos trabalhadores brasileiros.” Para o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, esta ”será a transição mais difícil e desafiadora vivida pela sociedade brasileira, mas o Brasil vai passar por isso com a democracia e com as instituições”, afirmou.
Encerrando a solenidade, o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, foi enfático ao apontar que ”o setor produtivo não suporta mais sustentar uma máquina pública gigantesca e ineficiente, que não provê condições para o pleno desenvolvimento econômico e social do país. Para ele, as dificuldades enfrentadas pelo setor industrial são fruto de políticas que desestimulam o empreendedorismo e de uma sede arrecadatória que compromete a competitividade das empresas. “O tamanho do Estado não pode ser esse porque a produção não aguenta sustentá-lo”, afirmou Campagnolo. “Temos muita gente se servindo do país, com benesses pagas por quem trabalha, pelo empreendedor e pelo trabalhador. Se continuarmos assim estaremos seguindo para um caminho sem volta” – afirmou. ”Mas o que me anima é a sensação de que podemos fazer mais. Nós podemos transformar esse país. Precisamos de um sentimento de brasilidade para que a gente avance e retome a credibilidade no país” – completou.
A diretoria da Fiep 2015-2019 foi eleita em 5 de agosto, com ampla aprovação dos sindicatos industriais filiados. Das 96 instituições aptas a votar, 93 depositaram seus votos na urna, numa das maiores taxas de comparecimento em todas as eleições dos mais de 70 anos de história da Fiep. No total, os representantes de 86 sindicatos aprovaram a escolha da chapa Fiep Unida e + Forte.