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QUAL O BALANÇO DE 2015? O QUE ESPERAR DE 2016

Qual sua avaliação sobre o cenário econômico e o desempenho do setor em 2015?

VILSON FELIPE BORGMANN – O setor de panificação ainda teve muita sorte, pois foi um ano difícil, em que todos os setores perderam lucratividade. As vendas caíram e o poder aquisitivo da população teve uma redução importante. O trigo é um produto importado e uma commodity, trabalhada com a flutuação do dólar. Em compensação, houve uma superprodução de trigo no mundo e o preço lá fora caiu. A alta do dólar aqui não influenciou no custo do trigo. Se isto não tivesse acontecido, hoje estaríamos em um caos total, pois a alimentação básica do brasileiro é composta por pães e massas.

JOSÉ BATISTA DE OLIVEIRA – Encerramos o ano pesarosos  pela situação macroeconômica do  país. Eu costumo dizer que a gente não precisava dessa crise porque, de certa forma, ela foi fabricada por um governo incompetente. Certamente estaríamos bem mais confortáveis se a situação econômica estivesse como antes e todos nós acreditávamos. Mas eu não perdi a esperança e acho que devemos ficar animados para trabalhar 2016 sabendo do tamanho do desafio que será o próximo ano e, talvez, mais um ou dois anos na frente. Acredito que vamos vencer tudo isso com trabalho, inteligência e uma gestão enxuta, eficiente e criativa. Cada um do seu jeito irá construir projetos que possam gerar a continuidade dos negócios. Temos agora que olhar para a frente até alcançar dias melhores.

 De que forma a queda nas vendas influenciaram os resultados das panificadoras?

VILSON FELIPE BORGMANN – No nosso setor, o ticket médio caiu em torno de 20%. Isto não significa queda na venda do pão francês. Esta foi muito pequena. Mas tivemos uma redução nas vendas das áreas de confeitaria, salgados, frios e outros produtos que compõem o mix de produtos ofertado por uma panificadora. Os consumidores fizeram adaptações e adequaram suas compras nas padarias. Por outro lado, nós orientamos os associados a reter um pouco deste aumento de custos da produção. Se subisse tudo o que deveria, as vendas cairiam mais ainda. Os panificadores seguraram os preços para manter as vendas aquecidas.

JOSÉ BATISTA DE OLIVEIRA – Ainda não temos o fechamento do ano mas já sabemos que depois de quase uma década de crescimento seguido certamente iremos fechar com crescimento negativo. Eu penso que ainda numa escala menor que outros setores.  Tivemos esse ano uma inflação de 10%, com certeza não vamos  conseguir crescer 10%. Acredito que o momento exige que os novos investimentos tenham um nível de assertividade muito grande com corte de gastos de tudo o que não for extremamente necessário, já que 2016 também não será fácil e 2017 ainda é uma incógnita.

 Quais as perspectivas para 2016 e como as panificadoras podem se planejar para um ano parecido com o de 2015?

VILSON FELIPE BORGMANN –  Toda crise vem para fazer a gente pensar. E em 2016 não será diferente. Deveremos estudar bastante nossas empresas. A orientação que passamos é ter cuidado com os investimentos para não errar. Isto não significa deixar de investir o necessário, mas ter a certeza deste movimento. A tendência é criar um novo mix de panificação. A crise nos leva a fazer isto. Deve acontecer uma diversificação e uma rotatividade maior, além de trabalhar momentos condizentes com o momento. Fazendo isto, pode ser que não tenhamos resultados positivos, mas será um bom indicativo. Eu acredito em 2016 será pior do que 2015 porque as pessoas estão sem dinheiro e no início do ano precisamos quitar obrigações como IPTU, IPVA, matrículas, material escolar… Será um ano mais difícil. Acredito que a partir do segundo semestre devemos começar a respirar, mas ainda não será suficiente para crescer.

JOSÉ BATISTA DE OLIVEIRA – Eu diria que é preciso ter um gestão eficiente mas continuar investindo, ainda que seja na troca da cor da parede porque isso estimula o cliente e não se pode deixar o cliente ir embora. É preciso ter uma visão de médio prazo até que águas mais calmas cheguem na economia brasileira e, consequentemente, na panificação. Mas não podemos ficar olhando somente pelo retrovisor e pensando negativo. Como tendência a Abip tem falado muito no congelamento porque representa aumento de tecnologia e ganho de produtividade. Nesse momento de custo elevado você pode trabalhar em uma escala industrial mesmo no pequeno negócio. Antigamente, quando se falava de congelamento, pensava-se em grandes indústrias. Hoje, uma padaria com 15 funcionários pode ter uma câmara de congelados e produzir em uma escala maior, armazenando sem ruptura e tendo um produto fresco o dia inteiro. O congelamento é uma boa aposta.

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